quinta-feira, 1 de setembro de 2011
A importância de celebrar o dia do Senhor (Resumo Dies Domini - João Paulo II)
Em 31 de maio de 1998 o Papa João Paulo II publicou a Carta Apostólica DIES DOMINI explicando a importância da santificação do domingo. Vamos refletir um pouco sobre o que o santo padre quis nos transmitir, e que esta reflexão seja frutífera auxiliando-nos a tomar consciência do tamanho mistério a que somos chamados ao celebrar o Dia do Senhor.
O Dia do Senhor foi definido nos tempos dos apóstolos e como nos diz o salmo: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremos e nele exultemos”, e neste dia somos o somos convidados a reviver a experiência dos discípulos de Emaús, que ouviram a palavra de Jesus, estiveram na sua presença e comeram o pão com Ele. Desde então se guarda o domingo, e é característica da vida dos seguidores de Cristo (conferir em 1 Cor 16,2).
Nos primeiros tempos do cristianismo este dia não era reconhecido, o que gerava uma grande dificuldade para os cristãos observar o Dia do Senhor com caráter fixo semanal, o que obrigava os fiéis a reunirem-se antes do nascer do sol.
A evolução das condições socioeconômicas em todo o mundo acabou por modificar profundamente os comportamentos coletivos e conseqüentemente a cara do domingo. Atualmente é visto como o “fim de semana”, compreendido como momento de descanso, que tem por características a participação em eventos culturais, esportivos e de lazer. Mas devemos lembrar que não é só tempo de descanso, mas de festejar o nosso Deus.
Porém, pede o Papa, que os cristãos não confundam o fim de semana de esporte, festas e lazer com o Dia do Senhor, com a celebração da sua santificação, e “convida a todos a redescobrirem o domingo: Não tenhais medo de dar vosso tempo a Cristo. O tempo dado a Cristo nunca é perdido, mas tempo conquistado para a profunda humanização das nossas relações e da nossa vida”.
Este dia deve ser vivido então com louvor e adoração por trazer em si o coração do mistério da nossa fé. É correto que a vida inteira do homem e todo seu tempo devem ser vividos como louvor e agradecimento a Deus, mas a relação do homem com Deus precisa também de momentos explícitos de oração, logo, o domingo é, por excelência, o dia desta relação.
Celebrar o domingo na Santa Missa é celebrar a presença viva do ressuscitado em nosso meio. E para que esta presença seja anunciada e vivida adequadamente não é suficiente que os discípulos de Cristo rezem individualmente, todos os que receberam a graça do batismo, não foram salvos somente a título individual, mas enquanto membros do Corpo de Cristo, por isso é importante que se reúnam em comunidade.
A Eucaristia dominical, com a obrigação da presença comunitária e a solenidade especial que a caracteriza precisamente por ser celebrada no dia em que Cristo venceu a morte. É na assembléia dominical, como em toda Celebração Eucarística, o encontro com o ressuscitado dá-se através da participação na dupla MESA da PALAVRA e do PÃO da vida. Na primeira temos a compreensão da história da salvação e na segunda a presença real de Cristo ressuscitado, estas estão intimamente ligadas e formam um só ato de culto.
A missa é, de fato, a atualização viva do sacrifício da cruz, sob as espécies do pão e do vinho, sobre as quais foi invocada a efusão do espírito que opera através das palavras da consagração. Neste sacrifício divino que se realiza na Missa, está presente e imolado de modo incruento o mesmo Cristo que se ofereceu por nós sobre o altar da cruz. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também sacrifício dos membros do seu corpo, que é a Igreja. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho unem-se aos de Cristo e a sua total oblação, adquirindo assim um novo valor. A missa dominical permite trazer ao altar a semana que passou com todo o peso que a caracterizou.
Assim, a comunhão é recomendada a todos os fiéis que participem da Ceia do Senhor, desde que se encontrem nas devidas disposições. Caso a consciência os acuse de pecado grave devem procurar o sacramento da reconciliação (cf. 1 Cor 11, 27-32).
Para o fiel que compreendeu o sentido daquilo que se realizou, a Celebração Eucarística não pode terminar dentro da igreja, somos convocados cada domingo a viver e confessar a presença do ressuscitado na nossa vida quotidiana, a tornarem-se evangelizadores e testemunhas.
Sendo a oração Eucarística o verdadeiro coração do domingo, assim já dizia no século III a orientação dos Apóstolos: “deixai tudo e zelosamente correi a vossa assembléia porque é vosso louvor a Deus. Caso contrário que desculpa terão junto a Deus aqueles que não se reúnem no dia do Senhor para ouvir a palavra de vida e nutrir-se do alimento divino que permanece eternamente?”
No passado, em tempos de perseguição a Igreja e aos Cristãos muitos de nossos irmãos desafiaram leis dos impérios, preferindo a morte a faltar a Eucaristia dominical. Só mais tarde, devido à fraqueza e negligência de alguns é que se teve a necessidade de prescrever a necessidade de participar da vida dominical.
O Código de Direito Canônico confirma a obrigatoriedade de participar da vida dominical, considerando sua ausência um pecado grave. Entretanto, quando se reconhece a importância que o domingo tem para a vida cristã fica fácil compreender o motivo desta “obrigação”.
Por fim, para os fiéis que, por causa de doença ou algum acontecimento grave não possam ser impedidos de participar da missa dominical, tomem o cuidado de se unirem mesmo que de longe a celebração da missa, de preferência lendo as leituras e o Evangelho que serão proclamados e desejando a Eucaristia em seu coração e oração. As missas transmitidas pelo rádio e TV não substituem de modo algum a missa rezada em comunidade, mas pode ser utilizada na reflexão do Evangelho para quem está, por alguma causa grave, impedido de dela.
O domingo é o dia da alegria, dizia a Orientação dos Apóstolos “Que todos estejam alegres no primeiro dia da semana” e Santo Agostinho destaca-se que no domingo não se fazem jejuns, reza-se de pé como sinal da ressurreição e cantam-se aos domingos o Aleluia.
Para aprender completamente o sentido do domingo, é preciso descobrir a alegria que caracteriza este dia, em virtude do seu significado de dia do Senhor ressuscitado, no qual celebra a obra divina da criação e da ‘nova criação’. O domingo cristão é verdadeiramente um ‘fazer festa’, um dia dado por Deus ao homem para seu pleno crescimento humano e espiritual.
É errado ver o domingo como uma mera circunstância histórica, sem valor para a Igreja e para os cristãos, pois sem valorizar o domingo, como Dia do Senhor, se corre o risco de esquecer que Deus é o Criador, de quem tudo depende. Logo somos chamados a expressar nossa fé pessoal e comunitária, no domingo, santificando este dia.
Reflete ainda que para o descanso não se tornar vazio e fonte de tédio, deve ser neste dia buscado o enriquecimento espiritual, comunhão fraterna e os fiéis devem escolher entre os meios da cultura humana e as diversões que a sociedade proporciona, aquelas que estão de acordo com uma vida de cristão.
O domingo é o modelo natural para compreender e celebrar estas solenidades, seu valor espiritual e assim, impõem aos fiéis a obrigação de participar da missa, mesmo quando estes dias coincide com um dia da semana.
Na conclusão, João Paulo II, reafirma que visto na totalidade de suas implicações, celebrar a missa aos domingos em comunidade constitui uma condição necessária para viver bem como cristão.
No mundo de hoje os cristãos devem olhar os apelos de uma cultura que proveitosamente assumiu as exigências de repouso e tempo livre, mas vive-as freqüentemente de modo superficial e, às vezes, é seduzida por formas de divertimento que são moralmente discutíveis.
Se bem vivido o domingo é força para a semana, pois é a alma dos demais dias, como diz uma reflexão de Orígenes: “O cristão perfeito vive sempre o dia do Senhor, celebra sempre o domingo”.
Por fim, o Papa conclui a carta com a seguinte afirmativa: “Confio no acolhimento frutuoso desta Carta Apostólica pela comunidade dos fiéis”.
Por Janice Alves
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Sacramento da Crisma: dom e compromisso (exigências)

Devemos nos questionar com sinceridade: “porque quero receber o sacramento da crisma?” Obviamente, de um jovem consciente não se pode esperar uma resposta banal, como para fazer festa, tirar fotos, para cumprir um “compromisso social”, etc.
O sacramento da crisma é sim um dom de Deus, mas também tem suas exigências. E destas exigências é que trata este artigo.
A primeira exigência é que serei responsável pela minha fé, no âmbito pessoal e comunitário. Minha fé pessoal cresce e se sustenta a medida que eu a alimento, e ela somente pode ser alimentada com eficácia na vida em comunidade. Um outro compromisso relacionado a esta exigência é crescer na fé, sabendo que ninguém ama o que não conhece a missão de buscar conhecer agora se torna responsabilidade pessoal. Lembremos que não devemos ter atitudes passivas, de indiferença, e saber que a fé que não se sente é frágil, mas muito frágil é também a fé que não pensa.
Nosso Deus é um Deus comunitário, veja pela Santíssima Trindade, pela
comunidade com os apóstolos, na fundação da Igreja. Logo, uma segunda exigência é viver em comunidade.
Jesus pediu aos seus discípulos que se convertessem e acreditassem no Evangelho. Assim, seguir Jesus implica em “obedecer” a palavra do Evangelho.
Também como exigência/compromisso de crismado devo viver a missão. Missão de anunciar Jesus, o amor de Deus pela humanidade e pregar o Evangelho. Onde? Em casa, na família, na escola, na faculdade, no grupo de amigos, no trabalho, enfim, no mundo.
A crisma é um sacramento que encerra a catequese de iniciação cristã e envia o crismado/confirmado para a missão. E esta missão não pode ser oscilante, como lâmpada que ora se acende e ora se apaga. Temos o compromisso com nosso Deus de manter acesa esta luz, lembrando que ela não é individualista, esta missão não é para mim, é para a comunidade, para o mundo.
Temos ainda o compromisso de ajudar a construir um mundo melhor, nesse sentido posso viver o trabalho nas pastorais, catequese, grupos de jovens, liturgia, mas também há muito espaço para viver a missão nos ambientes (casa, escola, trabalho...).
Conforme indica o documento Catequese Renovada tem o cristão o dever de ajudar a construir um mundo diferente, viver na família o amor e o serviço ao próximo, a não passividade diante das injustiças, problemas sociais e econômicos; praticar a solidariedade; posicionar-se contra a escravidão dos vícios (drogas, álcool, ....); promover a paz; ser responsável; ser coerente na fé; praticar as exigências da nossa religião.
Com a maturidade na fé (crisma = sacramento da maturidade da fé) devemos ter atitudes de cristão e testemunhar nossa fé em atitudes concretas e comprometidas com a defesa da vida.
Você crismando, após a confirmação, será responsável por uma Igreja viva e renovada e por um mundo mais justo e fraterno. Não fuja a suas obrigações.
Por: Janice Alves
segunda-feira, 21 de março de 2011
*MURAL DE RECADOS*
No próximo sábado a catequese acontece normalmente às 17:30 hs.
PARA REFLETIR:
Amar a Deus significa observar seus mandamentos. Porque amar a Deus significa observar seus mandamentos. E os mandamentos não são pesados, porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé." (1Jo 5,3-5)
PARA REFLETIR:
Amar a Deus significa observar seus mandamentos. Porque amar a Deus significa observar seus mandamentos. E os mandamentos não são pesados, porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé." (1Jo 5,3-5)
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Bíblia: uma biblioteca de Deus para nós
“Tua palavra é lâmpada para meus pés, e luz para meu caminho” (Sl 119, 105)
Por Janice Alves
A palavra Bíblia vem do grego bíblos e significa livros. Embora apresentada num único livro a Bíblia católica contém 73 livros distribuídos em Antigo Testamento (46 livros) e Novo Testamento (27 livros).
O Antigo Testamento (AT) não deve ser entendido como ultrapassado, devido ao nome “antigo”, seria mais adequado chamá-lo de Primeiro Testamento. Este apresenta a história do povo de Israel. O Novo ou Segundo Testamento (NT) apresenta a vida de Jesus e das primeiras comunidades. A palavra testamento tem o mesmo significado de Aliança, portanto, as duas grandes partes da Bíblia contam a primeira e a segunda aliança de Deus com seu povo.
O Primeiro Testamento começou a ser escrito aproximadamente 1.000 a.C., após muitos séculos de transmissão oral da palavra de Deus. O Segundo Testamento teve seus últimos escritos por volta do ano 100 d.C., ou seja, o ano 100 da nossa era.
A ordem dos livros apresentados na Bíblia não implica a ordem em que foi escrita, nem a ordem cronológica dos fatos. O primeiro texto do AT a ser escrito foi o Cântico de Débora, encontrado no capítulo 5 do livro dos Juízes, o último do AT a ser escrito foi o livro da Sabedoria. No NT o primeiro livro a ser escrito foi a Carta de Paulo aos Tessalonicenses, o último foi o livro do Apocalipse.
O AT possui seus 46 livros divididos em Pentateuco (5 primeiros livros, ou Torah, os livros da lei), 16 livros históricos, 7 livros sapienciais e 18 livros proféticos. Já o NT se divide em 4 evangelhos (doutrina de Cristo), o livro dos Atos dos Apóstolos (que apresenta a história do nascimento das primeiras comunidades cristãs), as 13 cartas de São Paulo, outras 7 cartas católicas e, por fim, o livro profético do Apocalipse.
A Bíblia foi escrita originalmente em hebraico, aramaico e grego. Alguns livros (sete) escritos em grego e adicionada a Bíblia na tradução dos Setenta, por volta de 250 a.C. não constam na Bíblia hebraica e não foram aceitos pelos hebreus como inspirados por Deus. Desta forma a Bíblia protestante e evangélica que segue esta versão da bíblia não possui estes sete livros que são: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria e 1 e 2 Macabeus, além de algumas partes dos livros de Daniel e Ester. Como a Igreja Católica adotou a versão grega (73 livros) e os evangélicos a versão hebraica (66 livros) estes livros, todos do AT, são a diferença entre ambas.
A Bíblia não se trata de um livro científico nem histórico, mas um livro escrito sob inspiração divina, que fala ao coração do escritor humano. Por isso dizemos que Deus é o autor da mesma. Nem sempre o livro da Bíblia trás o nome do seu escritor, os evangelhos por exemplo foram escritos pelas comunidades fundadas pelos evangelistas.
A Igreja Católica do Brasil celebra desde 1971 durante todo o mês de setembro o Mês da Bíblia com o objetivo de levar a reflexão de que a Palavra de Deus é por excelência o livro da vida dos cristãos que deve ser estudada e vivenciada.
O dia 30 de setembro que encerra o mês da Bíblia é dia de São Jerônimo, um dos maiores Doutores da Igreja dos primeiros séculos. Este nasceu onde hoje é a Croácia por volta do ano 340. Foi chamado a Roma pelo Papa Damaso para traduzir a Bíblia ao latim, devido a sua vasta cultura e conhecimento que tinha de latim, grego e hebraico. Este trabalho durou praticamente toda a sua vida.
Conhecer a Sagrada Escritura é essencial para conhecer a Cristo. Rezemos para que cresça em nós, catequistas e catequisandos, esse desejo: Senhor que Tua palavra seja lâmpada para nossos pés, e luz para nosso caminho. São Jerônimo, rogai por nós!
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